terça-feira, 3 de maio de 2016

Tu conseguias ler os silêncios em mim

Boa-noite. N., tu sabias ler os silêncios em mim... Decifravas os meus enigmas, mistérios e/ou simplesmente os caprichos de miúda convencida. Ao menos eu tenho o meu ego gordo bem penteado, escovado e encerado. E tu dizias que a tua insegurança destruía todos os teus relacionamentos. A minha chegada ao Aeroporto, a primeira vez que pisei solo açoriano não foi nada triunfante. Foi simples demais. Nunca mais vais encontrar-me naquelas vestes de Cinderela. Um vestido azul de viscose?? Pode lá ser!! A imitação do "Coração do Mar", foi vendido na sucata de certeza, quando um dos meus ex-dois maridos mandou assaltar, saquear e destruir, assim como o perfil de alumínio das janelas e portas. A ti, chamava-te carinhosamente o "meu engenheiro do Alumínio". Dizias-me que nunca tinhas feito por ninguém o que fizeste por mim, escrever a maior parte das minhas mensagens num caderno. Quando trouxe o caderno comigo, ele insistiu que eu deitasse fora. Deitei, hoje, teria enviado esse caderno, de alguma forma, tu sabes, eu arranjaria um meio de te fazer chegar às mãos, essas folhas pautadas escritas a tinta mas com o sangue das minhas palavras que contavam todo o desamor que eu vivi no meu primeiro casamento.

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