Um Dia de Chuva Numa Troller!!!

A chuva cai na Troller e consegue molhar o meu coração ressequido. Perco-me pela Cidade e não ando à procura de nada. Perco-me simplesmente porque quero e posso. Quer o coração aventurar-se entre as pingas da chuva, podem os pés engolir quilómetros de calçada e do nada tu apareces-ne pela frente como se soubesses sempre onde estou sem haver nada combinado. E esses encontros sem aviso já nada me dizem porque tu és toda a insegurança que de ti conheço e não tolero na minha Vida. Tenho de mudar de Cidade para não te encontrar mais fortuitamente. Sê isso não bastar, mudo de País. Só assim terei Paz. E a Paz é tudo o que eu procuro porque tu já nada trazes de novo à minha Vida. E eu não gosto de coisas bafientas, bolorentas, sujas, velhas e carinhosas. Determino eu a minha Vida. Vivo como quero, ignoro quem eu não quero é desprezo quem me tenta incomodar. Valorizo o que é leve, o que me acrescenta, tornei -me mais selectiva e por culpa disso, mais exigente. A erudição até pode levar ao eremitismo, então seja. Corro esse risco, com prazer. Já não comunico tanto com as pessoas porque estou mais atenta aos sinais da Natureza, aprendi o quanto é bom deixar-me molhar pela chuva. E a chuva continua a cair na Troller e a fazer música nas cordas do meu coração. Aprendi a primeira e a última lição do Livro da Vida: Amar a Pessoa que Sou!!! Eu Sou, Daniela João Portugal Porto, Boavista, 15 de Janeiro de 2022 Sábado 10h33 Manhã Agoniada